quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Empresário preso é apontado pelo MP-ES como administrador de três empresas investigadas na Operação Varredura

O empresário Richelmi Milke, que está preso preventivamente desde o final de agosto, é apontado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) como o administrador de três empresas investigadas na Operação Varredura. A informação foi divulgada nesta terça-feira (19).
A Operação Varredura investiga fraudes em contratos no setor de coleta e tratamento de lixo no estado que somam cerca de R$ 60 milhões. O MP-ES apura a suposta prática de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, formação de quadrilha, fraude à licitação, tráfico de influência, entre outros.
Procurado pelo G1, o advogado do empresário, Janderson Vazzoler, preferiu não se pronunciar, alegando não conhecer o teor da denúncia.
Outras seis pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público, sendo cinco sócios das empresas e o secretário de Administração e Finanças de Ponto Belo. O processo corre na Vara de Mucurici.
O empresário está preso no Centro de Detenção Provisória de São Domingos do Norte desde a segunda fase da operação, deflagrada no dia 31 de agosto. Ele é dono da empresa RT Empreendimentos e Serviços Ltda, mas as investigações da Operação Varredura concluíram que Milke é o administrador de fato das empresas RT, Qualitar e Aliança.
Essa conclusão do MP-ES leva em conta provas apreendidas e depoimentos colhidos na operação. As investigações continuam.

Operação Varredura

Segundo o MP-ES, a investigação começou em meados 2016 e envolve contratos emergenciais, de 2013 e 2014, com vigência até o início deste ano.
Durante a apuração dos fatos, foram identificados direcionamentos de licitações para que determinadas empresas assinassem contratos emergenciais. Há indícios de que as empresas combinavam quais delas sairiam vencedoras das licitações em determinadas áreas do estado.
Também foram constatadas ações como o objetivo de reduzir o caráter competitivo de determinadas licitações, como a inclusão de cláusulas específicas em editais para que alguns concorrentes fossem privilegiados.
Outro fato que chamou a atenção dos promotores de Justiça do MPES foi a falta de aferição na tonelagem do lixo descartado. A forma de apuração era feita com a contagem do número de caminhões que transportavam o lixo, o que possibilitaria o superfaturamento dos valores a serem pagos para a empresa prestadora de serviço.
As investigações continuam, conduzidas por cinco promotores de Justiça, com participação e apoio de policiais do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MP-ES, além de outros servidores.
Primeira fase
Aconteceu no dia 29 de agosto em São Mateus, Jaguaré, São Gabriel da Palha e Vila Velha, para executar:
  • 12 mandados de buscas e apreensões
  • três mandados de conduções coercitivas
Segunda fase
Aconteceu no dia 31 de agosto em Ponto Belo, São Gabriel da Palha e Baixo Guandu, para executar:
  • cinco mandados de buscas e apreensões
  • cinco mandados de conduções coercitivas
  • dois mandados de prisões preventivas

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