quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Após ação da PF, prefeita exonera procurador


(Atualizado às 14h46) – Nesta quarta-feira (20), logo após a Polícia Federal cumprir mandado de busca e apreensão na casa do advogado Luiz Felippe Klem de Mattos(foto ao lado), suspeito de ter oferecido suborno ao juiz Glaucenir de Oliveira para evitar a prisão do ex-governador Anthony Garotinho e de seu filho, Wladimir Matheus, a prefeita de Quissamã, Fátima Pacheco, o exonerou da prefeitura, onde tinha sido nomeado Procurador Geral do Município. A decisão já foi publicada no Diário Oficial do Município.
O CASO 
A Polícia Federal (PF) cumpriu, na manhã desta quarta-feira (20), mandado de busca e apreensão na casa do ex-procurador da Câmara Municipal de Campos, o advogado Luiz Felippe Klem. Ele é suspeito de ter oferecido um suborno de até R$ 5 milhões ao juiz Glaucenir de Oliveira para evitar a prisão do ex-governador Anthony Garotinho e de seu filho, Wladimir Matheus. A tentativa foi feita por meio de dois empresários(um deles médico), ocorreu em novembro do ano passado e não se concretizou – em seguida, o magistrado denunciou o caso. À época, Glaucenir Oliveira atuava na Operação Chequinho, cujas investigações levaram o ex-governador à reclusão domiciliar.
Numa coletiva de imprensa nesta manhã, na sede da Polícia Federal, em Campos, o delegado Paulo Cassiano Junior falou sobre o caso.
“No início deste ano, a Polícia Federal instaurou um inquérito requisitado pelo Ministério Público para apurar esses fatos. Esse inquérito foi presidido por mim e num espaço de tempo curto nós conseguimos identificar o responsável por levar ao juiz a proposta de suborno. A proposta de suborno foi feita pelo ex-procurador Geral da Câmara de Vereadores de Campos, Luiz Felipe Klem. Ele levou a proposta de corromper o juiz, a dois empresários, que são amigos pessoais do juiz, em circunstâncias de tempo e local distintos. Os nomes dos empresários não serão divulgados por questão de segurança”, informou o delegado, acrescentando ainda que a proposta realmente existiu, de acordo com as provas do inquérito, não tendo dúvida do envolvimento do Luiz Felipe Klem, porém ainda não há provas de que tudo tenha sido feito a mando do ex-governador Anthony Garotinho. Ainda segundo o Paulo Cassiano, as investigações já foram concluídas.
O delegado destaca ainda que Klem já tinha uma relação prévia de trabalho com esses dois empresários, visto que em outra circunstância já havia funcionado como advogado deles, e também sabia que eles eram próximos ao magistrado, que também foi ouvido e não nega o relacionamento com os empresários. Além disso, o Klem foi interceptado como terceiro interlocutor na Operação Chequinho, sendo flagrado num diálogo com o ex-governador, e que segundo Paulo Cassiano, o diálogo deixa muito evidente a subordinação moral do ex-procurador ao Garotinho.
Durante a ação, Klem não foi encontrado em sua casa no bairro Flamboyant, porém um familiar informou aos policiais federais que ele havia ido ao Rio. Foram recolhidos documentos e equipamentos eletrônicos e o ex-procurador foi intimado a comparecer até esta quinta-feira à Superintendência da PF, em Campos. “Caso ele não compareça até amanhã a Polícia Federal avaliará a conveniência e a necessidade de representar pela prisão”, disse Paulo Cassino.

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