segunda-feira, 24 de julho de 2017

Colega de PM morto no Vidigal critica sucateamento: ‘Viatura não funciona, colete vencido, não tem fuzil’

Um policial militar, colega do sargento Hudson Silva Araújo, de 46 anos, que foi morto na comunidade do Vidigal, Zona Sul do Rio, neste fim de semana, criticou o sucateamento da corporação e as condições de trabalho dos policiais militares. O policial estava na corporação há 15 anos e fazia planos de se aposentar. Ele foi o 91º PM morto em 2017 no estado.
“A viatura não funciona. Colete vencido, não tem fuzil, não tem arma nenhuma. E estamos aí. Sempre a mesma coisa e ninguém toma uma atitude”, disse o policial que preferiu não se identificar.
O especialista em Segurança Pública, Paulo Storani, lamentou e questionou a atual situação da polícia no Rio de Janeiro.
“Os policiais estão sendo abatidos durante o serviço e fora do serviço. Aquelas pessoas que destinaram as suas vidas para proteger as outras, que são os nossos policiais, estão morrendo. A pergunta vai ser: e quando não tiver mais policiais? Quem vai defender a sociedade? Não existe na história do estado do Rio de Janeiro e nem do país uma situação como se vive hoje aqui no Rio”, disse Storani.
O sargento Hudson foi o primeiro policial morto, no Vidigal, desde que a UPP foi instalada na comunidade, em janeiro de 2012. Os moradores dizem que a situação no morro era calma, mas mudou de uns tempo pra cá.
Após a morte do policial militar, a segurança foi reforçada na comunidade do Vidigal. A PM faz operações na comunidade desde domingo (23) para tentar encontrar os criminosos que mataram o sargento. De acordo com a polícia, três suspeitos já foram identificados.
A Polícia Militar informou que há quase 50 mil coletes em estoque, todos novos, e que as fardas são fornecidas pelo estado na graduação de cabos e soldados. Os servidores das demais patentes adquirem as fardas com recursos próprios. A PM disse também que as UPPs vão passar por uma reestruturação, e que o novo plano estratégico será divulgado em breve.

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