sexta-feira, 30 de setembro de 2016

PMs do Choque vão depor nesta quinta sobre tiroteio na Av. Brasil


Nicolás SatrianoDo G1 Rio
Na busca por esclarecer detalhes sobre o tiroteio que deixou quatro pessoas baleadas na Avenida Brasil, na segunda-feira (25), a Polícia Civil ouvirá, nesta quinta-feira (29), mais dois policiais militares. Desta vez, serão PMs do Batalhão de Choque da corporação que, segundo apurou a delegacia responsável pelo caso, saíram em socorro das vítimas.
"Foram ouvidos PMs do 41 [BPM (Irajá)] e, amanhã [nesta quinta], serão ouvidos militares do Choque. Alguns pontos ainda precisam ser esclarecidos", disseo delegado titular da 21ª DP (Bonsucesso), Wellington Vieira.
Ouvidos na terça-feira (27), os autores dos disparos - PMs do batalhão de Irajá, na Zona Norte do Rio - repetiram na delegacia a versão de que trocaram tiros com criminosos. O delegado, no entanto, constatou que há contradições entre os relatos dos PMs e das vítimas. Por esse motivo, dois policiais da Tropa de Choque, que também foram acionados para o local, serão os próximos a depor.
"Os PMs [do 41] repetem a história de que trocaram tiros com criminosos. Já a vítima diz que eles atiraram contra o carro", afirmou Vieira.
O delegado afirmou, ainda, que se confirmado que os disparos partiram de armas dos militares do 41º BPM, eles podem ser indiciados por lesão corporal ou tentativa de homicídio.
A delegacia de Bonsucesso ainda espera o resultado do exame de impacto realizado no carro onde estavam as vítimas, mas os investigadores contam também com outra prova que pode ajudar a esclarecer o caso. Eles esperam receber uma bala que ficou alojada no corpo de um dos feridos.
Por enquanto, a polícia ainda não pode afirmar que foram os PMs do 41º que dispararam contra o veículo. Ainda assim, a Polícia Militar já afastou das ruas os policiais envolvidos no tiroteio e as armas utilizadas por eles foram encaminhadas para a perícia. Contra o carro das vítimas foram disparados tiros de pistola e fuzil, segundo o delegado. 
A PM também informou que abriu uma averiguação sumária para checar as circunstâncias do caso. De acordo com a corporação, os militares envolvidos estão "atuando em trabalhos internos no batalhão".
Chacina de Costa Barros
Os policiais do 41º BPM (Irajá) envolvidos no tiroteio na Avenida Brasil  são do mesmo batalhão do qual eram os PMs acusados de efetuar os disparos que mataram Roberto de Souza, 16 anos, Carlos Eduardo da Silva Souza, 16, Cleiton Corrêa de Souza, 18, Wesley Castro, 20, e Wilton Esteves Domingos Junior, 20, em novembro do ano passado.
O carro em que os jovens estavam foi fuzilado por diversos disparos em Costa Barros, na Zona Norte do Rio, na Estrada João Paulo, na altura da curva do Vinte, Subúrbio do Rio
Em junho deste ano, os policiais Fabio Pizza Oliveira da Silva, Antônio Carlos Gonçalves filho, Thiago Resende Viana Barbosa e Marcio Darcy Alves dos Santos foram soltos por decisão do Superior Tribunal de Justiça e passaram a responder ao processo em liberdade.
No depoimento que deram à Justiça do Rio em julho, os militares negaram terem sido os autores dos disparos e afirmaram, em depoimento, que no local do tiroteio havia dois homens armados em uma motocicleta e uma van, além do Palio, em que um homem foi visto empunhando uma pistola com o corpo debruçado para fora da janela do carona.

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