quinta-feira, 28 de julho de 2016

Grávida do ES tem morte cerebral e é mantida viva para salvar bebê


Raquel LopesDe A Gazeta
Médicos de Colatina, na região Noroeste do Espírito Santo, tentam, com a ajuda de aparelhos, manter vivo o bebê de Rosiele Ferreira Onofre Pires, de 17 anos, que morreu no dia 3 de julho, vítima de um aneurisma cerebral.
Vai se chamar Vitória por causa desse processo"
Eliandra Miranda, tia de Rosiele
Rosiele, que era do interior de Mantenópolis, sentiu fortes dores na nuca e na cabeça e foi levada a um hospital de Colatina , com aneurisma cerebral.
No entanto, após quase 30 dias de morte cerebral ela ainda está gerando um bebê. A jovem está com 28 semanas de gestação.
Segundo a tia de Rosiele, Eliandra de Jesus Miranda, era uma gravidez de risco. Meses antes de engravidar novamente, ela tinha sofrido um aborto. O bebê ainda está com menos de um quilo.
“Os médicos estão se esforçando para tentar salvar a vida da criança. Eles não quiseram desligar o aparelho para que a gestação seguisse em frente. No hospital disseram que vão prolongar enquanto puder, eles falam que o bebê está bem”, afirma.
Grávida tem morte cerebral e médicos tentam salvar bebê (Foto: Arquivo Pessoal)Grávida tem morte cerebral e médicos tentam salvar bebê (Foto: Arquivo Pessoal)
A tia também comentou sobre o sentimento da família: a tristeza de perder Rosiele e a felicidade de que podem ter daqui a algumas semanas com o nascimento de Vitória Manoela.
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  • “Para a gente é complicado saber que algúem da família que a gente gosta está ali e não pode tirar por do ES chega a hospital e tem morte cerebral no dia seguintecausa da criança. E saber que quando tirar a criança não vai ter mais jeito, a única coisa que vai ser feita é sepultar a mãe. Todos os dias a família está indo ao hospital e na hora que eu cheguei, a criança estava dando pulos dentro da barriga”, contou.
Eliandra disse ainda que a menina vai se chamar Vitória por causa desse processo. "Minha sobrinha era tudo de bom, alegre, feliz, brincava com todo mundo e tratava todo mundo bem. Apesar de ser uma menina simples e sem recurso para nada, ela era feliz. Ela falou que quando ganhasse o neném queria ficar aqui em casa. Por enquanto o nénem vai ficar aqui, ainda não preparamos o lugar, mas rapidinho a gente consegue organizar”, completou a tia.
Gestação de risco
Uma obstreta que não quis ser identificada disse que a gestação ainda pode ser considerada de risco por ser um bebê que irá nascer de forma prematura. É preciso esperar amadurecer o pulmão do feto para realizar a cesariana.
“Se ela teve morte cerebral é preciso manter o batimento cardíaco para continuar nutrindo o bebê, porque o sangue continua passando pelo bebê. É preciso esperar a maturidade fetal entre a 28ª a 32ª semana para realizar a cesariana”, disse.
O hospital não quis se manifestar sobre o caso para preservar o tratamento da paciente.

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