quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Tio de menino atropelado no RJ faz críticas à precariedade de bairro


Nicolás SatrianoDo G1 Rio
Mãe desabafa no Facebook sobre críticas na web (Foto: Reprodução Facebook)Mãe desabafa no Facebook sobre críticas na web (Foto: Reprodução Facebook)
A precariedade na comunidade Beira Rio, em Jardim América, na Zona Norte, onde vive o menino Júlio Cezar da Silva Salles, de 12 anos – atropelado na última segunda-feira (22) na Rodovia Presidente Dutra – foi alvo de críticas do tio da criança, o motorista Alex da Silva Menezes, de 36 anos. Segundo ele o menino está em coma e deve ser transferido, ainda nesta quarta-feira (24), do Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte do Rio, para o Hospital Geral de Saracuruna, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
"Não há praticamente nenhuma área de lazer para as crianças. Eles costumam brincar na rua mesmo", disse o tio. "O único local para recreação foi construído por uma empresa privada, do outro lado da rodovia. Só que as crianças não conseguem atravessar porque não tem uma passarela", acrescentou.
Ainda de acordo com ele, a perigosa brincadeira seria fruto de descaso da concessionária da via. Segundo ele, uma obra mal acabada favoreceu o acúmulo de água justamente no local onde o sobrinho brincava, próximo à comunidade Beira Rio.
"É uma água que não desce porque eles fizeram a ampliação da ponte. Foi construída essa vala para que a água descesse para uma galeria, mas ela não desce. A CCR sabe da situação do local. Sempre teve [o acúmulo de água no local], há anos que ocorre", denunciou.
Procurada, a CCR Nova Dutra informou que não existem obras da concessionária no local. Segundo explicação da empresa, quando chove no estado o mar não dá vazão aos rios e aquele ponto enche em função da vazão. "A água no local é a vazão do Rio Acari e [a situação] foi agravada por um vazamento de água devido às fortes chuvas", diz a nota.
O sobrinho de Alex brincava com amigos às margens da Rodovia Presidente Dutra, na altura do quilômetro 164, e foi atingido por um carro ao atravessar a pista. O grupo de garotos corria, atravessando a via, e se jogava em uma poça à beira da estrada.
Mãe rebate críticas em rede social
Além do atropelamento que levou o filho a ser internado em estado gravíssimo, a mãe do menino Júlio Cezar da Silva Salles, de 12 anos, Jaqueline Menezes, passou também a enfrentar uma enxurrada de críticas que a culpam pelo acidente com o garoto.
"Gente, do mesmo jeito que venho agradecer a oração e o apoio de todos, também venho falar para alguns, que não tem o que fazer. Quem me conhece sabe a minha luta para educar e criar meus cinco filhos. Isso mesmo, cinco filhos. [Algumas pessoas] sabem da minha situação para corrigí-los quando necessário, então não falem do que não sabem", se defende Jaqueline no Facebook.
"Atirar pedras, falar mal, é dom dos fofoqueiros e mal informados para perturbar a vida dos outros. Quem nunca foi criança? Quem nunca aprontou? Meu Deus, só que quero que meu filho saia dessa bem", completou o desabafo em rede social, na manhã desta quarta-feira, a mãe.
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