terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Mulher internada no HFM com Síndrome de Guillain-Barré


HFMUma mulher, que não teve seu nome divulgado, de 38 anos, está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Ferreira Machado (HFM) desde o último dia 25, com o diagnóstico de Síndrome de Guillain-Barré. Trata-se de uma doença rara que gera fraqueza muscular e pode causar paralisia. Há a suspeita de que os portadores de Zika Vírus podem apresentar a doença após contrair o vírus, que assim como a dengue e Chikungunya, são transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti.
A paciente, que mora no município vizinho de São João da Barra, está apresentando os sintomas há aproximadamente 15 dias. Ela recebeu os primeiros atendimentos na cidade em que reside e, posteriormente, foi transferida para o Ferreira Machado, onde permanece internada.
No início deste mês, o Ministério da Saúde havia confirmado a associação entre a síndrome e o vírus Zika, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Segundo a Subsecretaria estadual de Vigilância em Saúde, desde junho deste ano, quando passou a ser obrigatória, a notificação de casos de síndromes neurológicas agudas com histórico de manchas vermelhas (exantema) foram registrados dois casos de Guillain-Barré no Estado do Rio. Um deles teve resultado positivo para zika.
Segundo a  assessoria do Ferreira Machado, a paciente chegou ao hospital com fraqueza muscular e sem conseguir andar. A mulher está internada onde recebe tratamento para a doença. Ela está lúcida, conversando, e seu estado de saúde é considerado estável.
Ainda não há informações se a paciente contraiu Vírus Zika antes de apresentar a síndrome.
Considerada uma doença rara, a síndrome de Guillain-Barré pode se manifestar em diferentes graus, provocando leve fraqueza muscular e até casos de paralisia total dos membros. Os sintomas começam pelas pernas, podendo irradiar para o tronco, os braços e a face. Há risco de a síndrome afetar músculos respiratórios e, sem tratamento adequado, o paciente pode morrer.
A síndrome
A síndrome de Guillain-Barré ou polirradiculoneurite aguda é uma doença desmielinizante caracterizada por uma inflamação aguda com perda da mielina (membrana de lipídeos e proteína que envolve os nervos e facilita a transmissão do estímulo nervoso) dos nervos periféricos e às vezes de raízes nervosas proximais e de nervos cranianos (nervos que emergem de uma parte do cérebro chamada tronco cerebral e suprem às funções específicas da cabeça, região do pescoço e vísceras).
A síndrome tem caráter autoimune. O indivíduo produz auto-anticorpos contra sua própria mielina. Então os nervos acometidos não podem transmitir os sinais que vêm do sistema nervoso central com eficiência, levando a uma perda da habilidade de grupos musculares de responderem aos comandos cerebrais. O cérebro também recebe menos sinais sensitivos do corpo, resultando em inabilidade para sentir o contato com a pele, dor ou calor.
Em muitas pessoas o início da doença é precedido por infecção de vias respiratórias altas, de gastroenterite aguda (por campylobacter) e antecedentes de infecções agudas por uma série de vírus tais como: Epstein Barr, Citomegalovírus, HTLV-1, Vírus da imunodeficiência humana, e diversos vírus respiratórios têm sido descritos. Em 2010, uma pesquisa realizada pela UFRJ, constatou que o vírus da Dengue pode ser um dos causadores (visto que 1-4% das pessoas com dengue desenvolveram a síndrome).
Estados com confirmação da síndrome
O Estado com mais notificações é a Bahia, com 156 casos (65 confirmados e os demais em investigação). Em seguida, vem Pernambuco, com 127 registros -46 confirmados e 81 em apuração.
Além do Nordeste, Estados de outras regiões com circulação de zika (18 já têm casos autóctones) também já investigam aumento nos registros. No Rio de Janeiro, há quatro casos suspeitos.
No Recife, a confirmação ocorreu após análise de quatro pacientes que desenvolveram a Guillain-Barré semanas após terem sintomas “brandos” que sugeriam uma infecção pelo zika, como manchas vermelhas, coceira e dores no corpo.
No Maranhão, de 32 casos suspeitos neste ano, 13 já foram confirmados. “Após a investigação, ficou constatado que há ligação com infecção viral do zika”, afirma a Secretaria estadual de Saúde.
Fatores de risco
A síndrome de Guillain-Barré pode afetar todos os grupos etários. Pessoas inseridas dentro de determinados grupos podem estar sob maior risco do que outras, especialmente pessoas do sexo masculino e adultos mais velhos. Além disso, a síndrome pode ser desencadeada por:
Vírus Influenza
Vírus de Epstein-Barr
HIV, o vírus da Aids
Pneumonia
Cirurgia
Linfoma de Hodgkin
Raramente, vacinas da gripe ou a vacinação infantil.
Os sintomas típicos incluem:
Perda de reflexos em braços e pernas
Hipotensão ou baixo controle da pressão arterial
Em casos brandos, pode haver fraqueza em vez de paralisia
Pode começar nos braços e nas pernas ao mesmo tempo
Pode piorar em 24 a 72 horas
Pode ocorrer somente nos nervos da cabeça
Pode começar nos braços e descer para as pernas
Pode começar nos pés e nas pernas e subir para os braços e a cabeça
Dormência
Alterações da sensibilidade
Sensibilidade ou dor muscular (pode ser cãibra)
Movimentos descoordenados
Outros sintomas podem ser:
Visão turva
Descoordenação e quedas
Dificuldade para mover os músculos do rosto
Contrações musculares
Palpitações (sentir os batimentos cardíacos) 

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