quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

‘Colapso’ na saúde e rombo de R$ 13 bilhões


Pezão-Ag. O GloboQueda das receitas este ano e aumento contínuo de despesas, algumas delas acima do ritmo da economia ou mesmo ao sabor do calendário eleitoral. A crise financeira que se instalou no Rio e ameaça paralisar diversos serviços, a exemplo dos hospitais e UPAs, pode ser traduzida num rombo estimado hoje em R$ 13 bilhões nas contas do governo. Esse é o montante que falta para o Executivo fechar o ano de 2015, segundo a última previsão.
O desequilíbrio nas contas tem também relação com as despesas que dependem diretamente das decisões do governo. Nesse quesito, o endividamento do estado tem pesado. Parte do rombo tem a ver com as receitas dos royalties do petróleo.
A crise mais visível este ano nem de longe lembra o ritmo de despesas do estado em outros períodos. Com Luiz Fernando Pezão como candidato a sucedê-lo, o então governador Sérgio Cabral despejou dinheiro no Programa Somando Forças. O plano consiste na assinatura de convênios de obras com as prefeituras do interior.
As despesas também foram crescentes com o funcionalismo. Em 2010, o estado (somados todos os poderes) gastou R$ 12,2 bilhões com pessoal e encargos sociais. Em quatro anos, o valor passou para R$ 19,7 bilhões (em valores correntes, variação de 62%). Não foi o que aconteceu com a receita. No mesmo período, subiu de R$ 49,9 bilhões para R$ 74,2 bilhões (variação de 48%).
Para o presidente da Comissão de Tributação da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), os gastos excessivos e mal aplicados do governo podem ter contribuído para a crise atual:
— Em 2014, pisaram no acelerador, gastaram muito. O ideal era tirar o pé do acelerador. Os sinais já estavam evidentes. Os governos passados não fizeram poupança, só se preocuparam em gastar, na certeza de que as receitas iriam sempre subir. Entre 2010 e 2014, os anos eleitorais são os períodos em que mais se investiu. São investimentos que também colhem resultados políticos e eleitorais. Receita e despesa têm que empatar. Quando isso não acontece, fica com uma dívida, que é jogada para o ano seguinte na rubrica “restos a pagar”, como vai acontecer este ano.
As informações são do jornal O Globo.

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