segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Caixas 24h deixam de ser abastecidos por causa de roubos em regiões do RJ


Comerciantes do Subúrbio e Baixada pedem retirada dos caixas.
Empresas não abastecem alguns por estarem localizados em 'área de risco'.

Do G1 Rio
Consumidores de áreas do Subúrbio do Rio e Baixada Fluminense sofrem com caixas eletrônicos que não estão sendo reabastecidos há, pelo menos, dois meses. Segundo moradores e comerciantes das regiões, o motivo é a violência.

Alguns letreiros ainda indicam o funcionamento dos caixas, mas, em um mercadinho na Pavuna, por exemplo, as atendentes cansaram de ouvir reclamações e passaram a colocar alguns recadinhos bem-humorados nas máquinas.
“É como se fosse a máquina se comunicando com as pessoas. ‘Estou desligada, estou morta, ops, esqueci, estou sem dinheiro’. É para as pessoas começarem a ler e pararem de perguntar pra gente”, disse a balconista Marlúcia de Oliveira.
Um outro caixa eletrônico, instalado há seis anos, também não está mais recebendo dinheiro. Segundo o dono do estabelecimento – que preferiu não se identificar -, as pessoas faziam fila para sacar, mas de uns tempos pra cá, o serviço parou.
“Nós entramos em contato com a empresa e falaram que aqui era uma área de risco e não estavam mais colocando dinheiro nos caixas. A gente já pediu para retirar a máquina”, disse o dono do estabelecimento.
Em São João de Meriti, um caixa eletrônico que fica em um posto de gasolina foi embalado para deixar visível aos clientes que está fora de funcionamento. Os frentistas que trabalham no local disseram que a máquina está assim há tres meses e eles tão só esperando a retirada dela.
“Não querem mais ficar com dinheiro aí não por causa de assalto. Estão roubando muitos caixas e, para não dar problema no posto, estão tirando”, disse Roberto Velloso.
Em Belford Roxo, um caixa eletrônico também foi coberto, mas contra a vontade do proprietário. “É diretamente com o banco. O banco não vem, não faz a retirada e fica do jeito que está aí. Não colocam dinheiro de jeito nenhum. O povo vem, pede pra fazer o saque, a gente tem que indicar um outro caixa eletrônico que também não funciona aqui no bairro”, disse o subgerente do posto, Thiago Cunha.
Roubos frequentes
Há quatro meses, as ocorrências de tentativas e os roubos espalhafatosos com retroescavadeiras durante a madrugada preocupam os comerciantes. Em maio, por exemplo, criminosos levaram dois caixas de uma farmácia em São João de Meriti. No dia seguinte, um grupo armado com fuzis arrombou uma videolocadora na Pavuna e arrancou o caixa eletrônico.
Em Madureira, foram dois casos no mesmo dia no mês de junho. A parede de um mercado em foi destruída, mas o caixa roubado acabou ficando no meio da rua.
Um outro grupo foi surpreendido pela polícia quando tentava levar a máquina de uma padaria em Vicente de Carvalho. Em julho, quatro homens renderam um padeiro, explodiram com uma granada um caixa eletrônico em Campo Grande e fugiram levando o dinheiro. No mesmo domingo, houve outra tentativa de roubo com dinamite em uma padaria em Duque de Caxias, mas o compartimento do dinheiro não abriu e os ladrões fugiram.
Assim que os roubos começaram a ser noticiados, em junho, a Tecban foi questionada sobre o reabastecimento dos caixas 24h na Pavuna e em São João de Meriti, por conta da onda de assaltos na região. A empresa, no entanto, negou e disse que era apenas um problema de "indisponibilidade operacional temporária" em algumas máquinas dessa região.

Após os caixas em outras cidades da Baixada Fluminense também nãoterem sido reabastecidos ou sendo recolhidos, a empresa não se manifestou quando foi questionada novamente sobre o fato as regiões estarem sendo consideradas áreas de risco.

Preocupados com a falta de reposição de dinheiro na máquina há mais de dois meses, vários donos de estabelecimentos ligaram para a empresa dos caixas para saber o motivo do não reabastecimento. A empresa afirmou que as regiões da Baixada Fluminense e Pavuna são consideradas áreas de risco e a empresa estava evitando de repor o dinheiro da máquina nessas regiões, por medo de roubos.

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