terça-feira, 28 de julho de 2015

Jovem morre após cirurgia plástica no RJ e pacientes denunciam erros


Duas clientes disseram ao RJTV desta terça que ficaram 'deformadas'.
Clínica em Niterói oferecia o corpo perfeito em pagamento parcelado.

Do G1 Rio
A Polícia Civil do Rio investiga a morte da jovem Juliana Alves Barbosa, ex-mulher do cantor de pagode Ferrugem. Ela passou por uma cirurgia plástica em uma clínica de Niterói, na Região Metropolitana e morreu dois dias depois da operação. Como mostrou o RJTV desta terça-feira (28), outras duas mulheres que passaram por intervenções cirúrgicas no local dizem que ficaram deformadas.
A clínica oferece o sonho de ter o corpo perfeito, com pagamento parcelado e preço mais barato. Uma das mulheres que foi operada e não quer ser identificada, no entanto, diz que foi enganada. "Não foi o resultado que eu esperava. Com certeza não. Hoje em dia eu penso no lado do risco que a gente poderia ter corrido. Risco de morte mesmo", desabafa.
A clínica de cirurgia plástica é de Eduardo Consídera. Nela, Juliana operou seios, glúteos e abdomen com um outro médico que "não faz parte dos quadros da clínica", segundo a advogada de Consídera. O nome dele é Aderlene Almeida Araújo. Nenhum dos dois, segundo o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, têm registro de especialização como cirurgião plástico.
Especialista em cirurgia plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Luis Mario Bonfati diz que, portanto, eles não estavam aptos a realizar a cirurgia. "Não basta ser médico. Ele vai fazer, então, residência de cirurgia geral. Porque ele vai aprender o que é o mundo da cirurgia. Essa coisa complexa que é um paciente cirúrgico. O cirurgião plástico precisa fazer cirurgia geral porque se tiver um tórax perfurado, se tiver que fazer uma drenagem, se tiver que dissecar uma veia, tudo isso ele aprende no universo da cirurgia geral".
'Barato que sai caro'
Na mesma clínica uma outra paciente passou por uma lipoaspiração na barriga e também se diz insatisfeita. "Ele disse que era para operar mesmo, que tinha alguma coisa para tirar e que eu deveria fazer. Inclusive disse que eu deveria fazer parte de culote e outras coisas. Foi o barato que saiu caro porque eu vou ter que gastar muito para consertar", afirma.
A advogada de Eduardo Consídera diz que o médico acompanha os pacientes depois da cirurgia e jamais recebeu uma reclamação. "A informação que eu tenho é de que todos os pacientes da clínica estão muito satisfeitos. Satisfeitos com o resultado, com a assistência que o representante legal da clínica presta. Todo o amparo", afirma.
Os pacientes estranharam porque a cirurgia não foi feita em um hospital, mas numa sala em um prédio comercial. O padrasto de Juliana, Afonso Frambach, diz que ela saiu do local com falta de ar e que a família procurou emergência. Juliana recebeu alta mesmo passando mal. "Acho que houve uma negligência médica", afirma. O advogado do médico Aderlene Almeida Araújo, que fez a cirurgia, nega. "Foi uma fatalidade. Infelizmente a Juliana faleceu por uma questão que pode acontecer com qualquer cirurgia, recebeu alta com pressão arterial normal", afirma.
Propaganda em revista
Uma das pacientes guarda as revistas com a propaganda da clínica. Ali, vemos o médico Eduardo Consídera. Ele diz que é membro da sociedade brasileira de cirurgia plástica e estética. A entidade não é reconhecida pela Associação Brasileira de Medicina e nem pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, que são os órgãos responsáveis pela área.

Nenhum comentário:

Postar um comentário