segunda-feira, 29 de junho de 2015

Tropas federais deixam Complexo da Maré após 83 mil ações em 15 meses


PM assume definitivamente complexo com 15 favelas a partir desta terça(30). 
Balanço do período aponta redução de homicídios e mais de 600 prisões.

Do G1 Rio
Policiais do Bope realizam operação na Favela Nova Holanda, no Complexo da Maré (Foto: Bruno Gonzalez/Extra/Agência O Globo)Policiais do Bope realizam operação na Favela Nova Holanda, no Complexo da Maré (Foto: Bruno Gonzalez/Extra/Agência O Globo)
Termina nesta terça-feira (30) a ocupação das Forças Armadas no Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio. A Polícia Militar entrará no lugar dos militares que durante um ano e três meses realizaram mais de 83 mil ações, 674 prisões e 255 apreensões de menores no complexo que reúne 15 favelas e onde moram 140 mil pessoas, segundo balanço divulgado no início da tarde desta segunda-feira (29) pelo comando da Força de Pacificação.
Helicópteros sobrevoam Complexo da Maré (Foto: Leo Correa/AP)Helicópteros sobrevoam Complexo da Maré (Foto: Leo Correa/AP)
Entre os dados divulgados está a redução dos  índices de homicídios  em uma área de sete quilômetros quadrados, que é disputada por três facções criminosas. Antes de abril do ano passado, a taxa anual de homicídios na área de ocupação era de 21,29 mortes por 100 mil habitantes, segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Estado (ISP). Esse número caiu para 5,33 mortes, após a ocupação das tropas federais.
O complexo é formado pelas favelas: Praia de Ramos, Parque Roquete Pinto, Parque União, Parque Rubens Vaz, Nova Holanda, Parque Maré, Conjunto Nova Maré, Baixa do Sapateiro, Morro do Timbau, Bento Ribeiro Dantas, Vila dos Pinheiros, Conjunto Pinheiros, Conjunto Novo Pinheiro – Salsa & Merengue, Vila do João e Conjunto Esperança.
Nove pessoas morreram neste período, entre elas o sargento Michel Augusto Mikami, 21 anos,atingido por um tiro na cabeça por um traficante, em novembro do ano passado. Segundo o comando, 27 militares ficaram feridos em operações nas favelas do complexo. Foram feitas ainda 1.356 apreensões de armas, drogas, munições, veículos e motos.
No balanço divulgado pelo Exército estão ainda ações sociais no total de 24 mil atendimentos. Também são relatadas melhorias melhorias em projetos de esgotamento sanitário, recolhimento de lixo e retirada de carcaças pelas vielas o que impedia a circulação de moradores. 
No total, três mil militares das Forças Armadas participaram das operações no Complexo da Maré.
plano de substituição da Força de Pacificação pela PM começou em abril  com os policiais militares entrando nas comunidades da Praia de Ramos e Roquette Pinto. Um mês depois, os PMs substituiram as tropas do Exército nas favelas Nova Holanda, Parque União, Rubem Vaz e Nova Maré (veja infográfico).
Desocupação da Maré - arte do Ministério da Defesa (Foto: Matusael Jorge / Ministério da Defesa / Divulgação)Desocupação da Maré - arte do Ministério da Defesa (Foto: Matusael Jorge / Ministério da Defesa / Divulgação)
Instalação de UPP
Serão criadas quatro bases da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Maré. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a primeira será instalada na Praia da Ramos/ Roquette Pinto; a segunda nas comunidades de Nova Holanda/ Parque União; outra será responsável pela Baixa do Sapateiro/ Timbau. A última ficará a cargo da Vila do João e da Vila dos Pinheiros.
As quatro bases deverão contar com cerca de 1.620 homens. O relações públicas da Polícia Militar, coronel Frederico Caldas, destacou que esse número poderá sofrer alteração de acordo com as necessidades da região. 
Em 1º de abril, quando a PM substituiu a Força de Pacificação nas comunidades da Praia de Ramos e Roquete Pinto, o coronel Caldas destacou as expectativas da ocupação de Conjunto de Favelas da Maré enfatizando que há, nas comunidades, um “clima de pessimismo” quanto ao processo de pacificação. Segundo ele disse na ocasião, “se der errado, vai todo mundo para o buraco. Vai para o buraco a polícia, a sociedade, vai todo mundo", avaliou (veja vídeo).

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