sexta-feira, 24 de abril de 2015

Região Metropolitana do Rio tem mais de 50 vítimas de balas perdidas


Levantamento leva em conta os casos desde o início de 2015. 
Entre as vítimas, pelo menos nove são crianças.

Do G1 Rio
Pelo menos 52 pessoas foram atingidas por balas perdidas na Região Metropolitana do Rio desde o início do ano. Segundo o levantamento, em média, há registro de um caso a cada dois dias. A história mais recente foi a da menina Vitória, que foi baleada na quarta-feira (22). A menina, de sete anos, está internada em estado grave depois que um tiro a atingiu na barriga. A criança seguia pra escola, acompanhada pela mãe, quando foi baleada.

De acordo com a direção do Hospital Jesus, em Vila Isabel, Vitória está internada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e seu quadro é estável.
As duas caminhavam por uma das ruas mais movimentadas do bairro de Anchieta, no Subúrbio da cidade. Uma operação policial acontecia na região no momento que a menina foi atingida.  Outras duas pessoas também ficaram feridas.
A mãe de Vitória está desolada. Não sabe dizer de onde partiu o disparo. “Quando eu olhei para trás vi o Caveirão [blindado da Polícia Militar]entrando na rua, que dá em frente à rua que eu estava e os tiros ‘veio’, acho que do alto, não sei direito. Eu só vi que a minha filha falou ‘mamãe, minha perninha’. Aí, quando eu vi aquele sangue, entrei em choque”, diz a mãe. De acordo com a Polícia Militar, o patrulhamento na região segue reforçado.
O caso está sendo investigado pela 31ª DP (Ricardo de Albuquerque). Marcelo Silva, um dos feridos, que levou um tiro no ombro, disse em depoimento que não acredita que o disparo tenha partido da polícia por causa da posição onde ele estava, saindo do Parque Esperança depois da entrada do blindado da PM na comunidade. O delegado responsável pelo caso, Hércules Pires, quer saber se havia outras viaturas da polícia na região. Ele ainda vai ouvir a mãe da menina Vitória e o outro homem baleado.
Os depoimentos devem ser tomados na semana que vem. Caso existam contradições, o delegado afirmou que vai pedir a reconstituição do caso. Ele pedirá as imagens das câmeras de segurança de um ônibus da Viação Vila Real, onde estava Vitor dos Santos, o outro ferido por bala perdida.
Os médicos informam que o estado de saúde de Vitória é grave, mas estável. Ela está internada no CTI do Hospital Jesus, em Vila Isabel, e respira sem a ajuda de aparelhos.
Caso Eduardo é investigado
Já a mãe de Eduardo de Jesus afirma que conseguiu ver de onde veio o tiro que matou o filho, de 10 anos, no conjunto de favelas do Alemão, no início do mês. Ela acusa policiais militares que participavam de uma operação na hora que o menino foi baleado. O menino estava na porta de casa, com o celular nas mãos.
Na semana passada, a Polícia Civil fez a reconstituição do caso. Os PMs suspeitos ficaram encapuzados o tempo todo. Os investigadores da Divisão de Homicídios têm 30 dias para revelar as conclusões.
A mãe de uma das vítimas diz não saber como a filha, de três anos, sobreviveu após ser baleada na coluna quando as duas estavam sentadas na porta de casa em uma favela do Subúrbio, em fevereiro deste ano.
Policiais disseram que traficantes rivais trocavam tiros na mesma hora em que a criança foi ferida. A criança se recuperou dos ferimentos, mas ficou o trauma. Sempre que ouve o barulho de tiros, a reação é imediata. “Ela já fica mais pelos cantos, já se treme mais, já fica querendo chorar”.  A Secretaria de Segurança Pública do Rio ainda não se posicionou sobre o assunto.

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