terça-feira, 31 de março de 2015

PM começa a ocupar lugar de Exército e Marinha na Maré à 0h desta quarta


Transição foi decidida entre Ministério da Defesa e Seseg em janeiro.
Troca de forças será feita em três etapas, até 30 de junho.

Do G1 Rio
Homens do Exército ocupam as entradas de comunidades do conjunto de favelas da Maré. Em um dos acessos à Vila do João os militares revistam motoristas neste domingo. (Foto: Janaína Carvalho/ G1)Tanque do Exército em patrulha na Maré
(Foto: Janaína Carvalho/ G1)
Os cerca de 3,3 mil homens da Marinha e do Exército começam nesta quarta-feira (1º) a dar lugar à Polícia Militar do Rio na ocupação do Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio. O processo de transição será feito em três etapas. As comunidades da Praia de Ramos e Roquette Pinto serão as primeiras.
O cinturão de segurança nos acessos às favelas começa às 20h desta terça (31). A estratégia é parte do planejamento da Secretaria de Estado de Segurança Pública para pacificar o território formado por 16 comunidades. O procedimento foi estabelecido conforme protocolo de cooperação assinado no dia 7 de janeiro deste ano, entre o Governo Federal, Ministério da Defesa e o Governo do Estado.
Já a partir das 20h desta terça-feira (31/3), a Polícia Militar dará início a um cinturão de segurança nos acessos às comunidades da Praia de Ramos e Roquette Pinto. A partir da meia-noite, equipes do Batalhão de Choque passam a patrulhar a região. Às 6h, efetivos do Grupamento Tático de Motociclistas (Getem) começam as ações em ambas as comunidades.
De acordo com o Chefe de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa, almirante Ademir Sobrinho, o atual efetivo empregado na Operação São Francisco, como foi chamada a ocupação da Força de Pacificação, será reduzido em um quarto até o final de abril.
Outras etapas
A partir de 1º de maio, as comunidades de Parque União, Parque Rubens Vaz, Nova Holanda e Parque Maré serão desocupadas pela Força de Pacificação. As demais localidades serão devolvidas ao controle das autoridades fluminenses até o dia 30 de junho, data oficial de encerramento da operação (veja infográfico abaixo).
Transição da ocupação da Maré será em três etapas (Foto: Matusael Jorge / Ministério da Defesa / Divulgação)Transição da ocupação da Maré será em três etapas (Foto: Matusael Jorge / Ministério da Defesa / Divulgação)
Balanço
Até o último dia 29 de março, a Operação São Francisco contabilizou mais de 65 mil ações realizadas. Os 16,7 mil militares que atuaram na Garantia de Lei e Ordem (GLO) efetuaram 467 prisões por crime comum e outras 116 por crime militar. Foram recolhidos 228 menores.
Entre as apreensões, foram 521 de drogas, 54 de armas, 119 de munições (3692 cartuchos), 56 veículos e 87 motocicletas. Mais de 2,2 mil denúncias foram feitas pela população ao Disque Pacificação.
Avaliação
Segundo nota enviada pelo Ministério da Defesa, o almirante Ademir Sobrinho avalia que a Força de Pacificação desempenhou missão com "bravura e correção", mas considera que o trabalho foi mais complexo e árduo que em outras GLO comandadas pelo Ministério da Defesa, como a ocupação do Alemão, em 2010.
Segundo o almirante, a topografia plana, a grande concentração populacional e a escassa presença de representantes do Judiciário estadual – para a expedição, por exemplo, de mandados de busca e apreensão - dificultaram o andamento das ações.
O Conjunto de Favelas da Maré tem área de 7 km², às margens da Baía da Guanabara, e abriga cerca de 140 mil habitantes. O complexo é formado pelas favelas: Praia de Ramos, Parque Roquete Pinto, Parque União, Parque Rubens Vaz, Nova Holanda, Parque Maré, Conjunto Nova Maré, Baixa do Sapateiro, Morro do Timbau, Bento Ribeiro Dantas, Vila dos Pinheiros, Conjunto Pinheiros, Conjunto Novo Pinheiro – Salsa & Merengue, Vila do João e Conjunto Esperança.
O Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio em fotografia aérea feita nesta sexta (28). O complexo será ocupado neste domingo (30) numa ação conjunta das tropas federais com a polícia (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)Vista aéra do Conjunto de Favelas da Maré (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)

Nenhum comentário:

Postar um comentário