domingo, 29 de março de 2015

Estudante é assaltado e agredido em crime de homofobia e racismo no Rio


'Estou sem dormir. É muita dor', conta jovem espancado.
Agressão ocorreu horas após um protesto contra homofobia.

Do G1 Rio
Horas após um "beijaço" contra a homofobia no Rio, um jovem foi agredido na madrugada deste sábado (28)  quando voltava de uma festa, na Pavuna, Subúrbio, em mais um crime de preconceito. As informações são do RJTV.
Ruan, de 25 anos, caminhava para casa quando criminosos o assaltaram e saíram. Segundo depois, voltaram e iniciaram socos e pontapés, acompanhados de insultos racistas e homofóbicos.
“Eu dei uns dez passos e senti um chute nas minhas costas. Quando houve esse chute, começou a pancadaria e eu só sabia me proteger (...) Eles chutavam, chutavam, com muitos xingamentos de homofobia e de racismo. ‘Preto, viado, pobre. Essa desgraça tem que morrer’; ‘Essa raça tem que acabar’”, narrou. ”Acho que eles desistiram. Não sei, ou porque estava vindo um menino atr ás, aí eles entraram no carro e saíram, mas antes de eles entrarem no carro, eles ainda deram dois tiros pro alto, mas eu achei que era na minha direção.”
O rapaz, que chegou a pensar que fosse morrer, caminha com dificuldade. Os hematomas estão por todo o corpo: ombro, costas, quadril e na planta do pé. O crime foi na Rua Mercúrio, a 500 metros da delegacia do bairro, às 4h30.
“Parou um carro ao meu lado e abriram a porta falando: ‘passa, passa, passa tudo’. Aí eu tirei o boné, que relativamente era de marca, e o calçado que eu estava e passei”, descreve o estudante de teatro.
Ruan teme possíveis represálias e, até a noite desta sábado (28), não havia prestado queixa na polícia. O jovem está muito abalado e diz ter medo de sair na rua.
“Essa gente preconceituosa, eles queriam encontrar alguém na rua. Estou tremendo até agora, Estou sem dormir. É muita dor. Estou com muita dor, nos pulsos, nas costas, no lado direito todo. Graças a Deus estou vivo, apesar das lesões, mas quantos negros e gays morrem por aí? Pra mim é gente desequilibrada.”
Protesto
Poucas horas antes, na noite de sexta-feira (28), um grupo promoveu um beijaço contra a homofobia, na Praça São Salvador, em Laranjeiras, na Zona Sul. O local foi escolhido por ter sido palco de um caso de agressão a dois homens que se beijaram no início de março. O ato reuniu dezenas de pessoas.
Beijaço foi promovido na Praça São Salvador (Foto: Daniel Silveira / G1)Beijaço foi promovido na Praça São Salvador nesta sexta (Foto: Daniel Silveira / G1)

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