sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Concursos: confira dicas para uma boa redação


BOA_CONCURSO_PROVA
Cada vez mais presente nas provas de concursos públicos, tanto de nível médio quanto superior, as provas discursivas são motivo de preocupação para a maioria dos candidatos. Os editais não costumam deixar claro o que será cobrado e nem como o candidato pode se preparar para fazer a provas. Por isso, afirma Camila Faro, professora de redação do Universo do Concurso Público, é importante que os candidatos fiquem atentos, leiam e estudem bastante, pois, em muitos casos, a produção de texto é eliminatória.
Em relação à importância da redação em provas de concursos, ressalta Camila, acredita-se que, ao observar a escrita do candidato, seja possível verificar um conjunto de informações a respeito dele: como ele elabora as frases, a escolha do vocabulário e o respeito ou não às normas gramaticais:

— Por isso, os concursos estão generalizando essa cobrança. Assim, conclui-se que, a cada dia que passa, redigir bem é algo imprescindível para adquirir um cargo público. Escrever é uma junção de técnica e criatividade.

Segundo a professora, um dos pontos cobrados pelas bancas é o domínio da norma padrão, ou seja, utilização adequada de regras gramaticais, como acentuação, pontuação, regência, crase, concordância etc. Além disso, a compreensão da proposta da redação e a capacidade de selecionar, organizar e defender argumentos em relação a um ponto de vista é extremamente importante, uma vez que são responsáveis por grande parte da pontuação.

— Um texto claro é aquele que permite a imediata compreensão por parte do leitor. O redator deve pensar no leitor e apresentar as ideias de forma objetiva e concisa. Deve-se evitar períodos longos, pois tendem a ser confusos, e tomar cuidado com a posição de certos termos na oração, tais como a palavra “que”, possessivos e advérbios — afirma Alexandre Luz, professor do Curso Ênfase, completando que a coesão tem a ver com a ligação entre os termos da redação. — Texto não é coletânea de parágrafos. Deve haver uma preocupação com a comunicação entre os elementos do período e entre os parágrafos do texto. O uso de conectivos — conjunções, pronomes demonstrativos e relativos — é bem-vindo.

De acordo com Dilma Melo, da Academia do Concurso, na maioria dos concursos, os candidatos devem produzir um texto dissertativo-argumentativo, que se caracteriza por uma certa organização discursiva: introdução, desenvolvimento e conclusão.

Um dos principais pontos a observar na elaboração de uma redação, segundo Dilma, é entender o tema proposto para estabelecer uma tese — um ponto de vista — e, a partir daí, selecionar as ideias que girem em torno dessa tese. Na introdução, poderiam ficar o tema proposto e a tese escolhida. No desenvolvimento, estariam dois ou três argumentos para validar a tese, apresentando exemplos, estatísticas, citações etc. Na conclusão, retomar a tese para ratificar a argumentação:

— Ainda que o mais importante seja a argumentação, questões gramaticais como ortografia, concordância, regência, crase e colocação pronominal não podem ser deixadas de lado, até porque podem comprometer a fluidez do texto.

Luciane Sartori, da rede LFG, vai além, e lembra que alguns detalhes devem ser respeitados ao se redigir uma redação. Um deles é o número máximo de linhas, pois o que estiver escrito além do número permitido será desconsiderado pela banca. Como é comum que o máximo de linhas seja 30 e a estrutura básica do texto tenha de apresentar introdução, desenvolvimento e conclusão, é importante o candidato já ter em mente um texto de estrutura simples: um parágrafo para a introdução, três para a argumentação e um para a conclusão – 30 linhas em cinco parágrafos deixam o texto equilibrado, aconselha.

Outro ponto importante é o título, que só deve ser colocado se solicitado pela banca. Por último, é não menos importante, o candidato deve ler com atenção o edital para seguir os critérios de correção estipulados pela banca, pois eles dão orientação sobre o peso da nota, revelando o melhor procedimento a ser adotado ao se redigir. Segundo a professora, é comum que a pontuação maior esteja na coesão e na coerência.

Já o professor Eduardo Sabbag, da rede LFG, enfatiza que bom escritor é aquele que é bom leitor. Assim, ler é o principal caminho para se redigir um bom texto:

— É impossível escrever bem sem leitura em demasia. O contato com o texto de qualidade faz com que se apreenda a forma da narrativa, a estrutura das orações, a colocação e a força das palavras. Isso tudo pode fazer a diferença na hora do texto. Artigos de opinião e editoriais, por exemplo, são ótimos mecanismos para a observação e aquisição do domínio das estruturas dissertativas, além, é claro, de serem excelentes fontes para o enriquecimento do vocabulário e do senso crítico — diz o professor, ressaltando que também é essencial a prática habitual da escrita. — A leitura e a escrita são igualmente importantes para dominar as boas técnicas redacionais.

— Independentemente de o candidato ter facilidade para escrever, o treino da redação é importantíssimo, pois, mesmo tendo facilidade, é normal a pessoa travar em algum ponto do texto. O treino solta a mão, torna a pessoa mais experiente e apta para escrever com presteza e coerência — completa Luciane.

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