quinta-feira, 27 de junho de 2013

DEFESA OUVIDA NA SEGUNDA FAZE DE AUDIÊNCIA DO TRIPO HOMICÍDIO


Advogado diz que réu estava em Macaé no dia do crime
 Vagner Basilio

Advogado diz que réu estava em Macaé no dia do crime

Parentes, amigos e pessoas solidárias se reuniram em frente ao fórum de Conceição de Macabu, nesta quarta-feira (26/06), para acompanhar mais um capítulo do desenrolar de um crime que chocou a população do município. 
Cristiano Maurício de Castro (Pindoco) é acusado de matar a ex-sogra, Amariza Alves dos Santos Moraes, de 59 anos, a ex-cunhada, Simone dos Santos, de 39 e o filho dela, Marcelo dos Santos da Silva, de 17, na noite do dia 02 de março. Apesar de ser atingida com um tiro na cabeça a ex-mulher de Cristiano, Cátia dos Santos, sobreviveu.
A irmã da sobrevivente, Cristiane dos Santos, foi a primeira a chegar ao local do crime, a casa onde cresceu e foi criada, onde há pelo menos 30 anos a família se reunia com frequência. Ela contou que conhecidos foram buscá-la em casa, dizendo que alguma coisa tinha acontecido com sua família. Ao chegar no imóvel ela encontrou o corpo da irmã mais velha embaixo da mesa da cozinha. No quarto, a mãe já sem vida. No banheiro da suíte, ao lado do vaso estava o corpo do jovem sobrinho e a irmã, que mesmo atingida por um tiro na cabeça teve lucidez para apontar o autor da barbárie. Por detrás das cortinas, os dois filhos de Cátia se escondiam da fúria do atirador.
Patrícia dos Santos, irmã de Cristiane e Cátia, contou que mora em Macaé e ficou sabendo da tragédia, que mudaria para sempre a vida de sua família, cerca de uma hora e meia depois. E que foi com a ajuda do marido e de amigos que chegou ao local.
"Primeiro a Cris me ligou e ela gritava muito, eu não entendia nada. Depois outra pessoa me ligou dizendo que tinham matado minha família toda e que era pra eu correr pra Macabu. Nem sei no que pensei na hora, eu tinha falado com a Cris, sabia que ela estava bem e só. Uma amiga entrou em contato e nós viemos. Quando cheguei a casa estava lacrada com a polícia na frente, e o rabecão. O corpo da minha mãe foi encontrado com as mãos sobre o peito e meu sobrinho apanhou muito. Tinha cortes no rosto que também estava muito roxo", contou muito abalada.
No dia 23 de maio foi realizada a primeira audiência onde Cátia e Cristiane foram ouvidas. Nesta quarta-feira somente testemunhas de defesa de Cristiano foram convocadas. A ex-mulher, do primeiro casamento e com a qual teve dois filhos. A mãe de uma mulher com quem ele teria um envolvimento, um ex-funcionário e um policial militar. A linha a seguir será a de confirmar que o réu não estaria em Conceição de Macabu no dia do crime.
"Agora começa a fase de confronto de provas orais. As provas já foram tomadas em depoimento pela acusação e agora começa a fase de depoimento das provas arroladas pela defesa. Acredito que estas são mais coerentes, fortes e em número maior que as de acusação, tendo em vista que somente duas testemunhas arroladas pela acusação foram mais enfáticas em arrolar ao Cristiano a autoria dos homicídios", disse o advogado de defesa Vitor Meireles Gonçalves, que acrescentou ainda que a próxima audiência deverá acontecer na comarca de Macaé e que as testemunhas citadas no processo deverão comprovar que ele não estava em Conceição de Macabu no dia do crime, quando esteve durante todo o dia em Macaé fazendo entrega, com notas fiscais, e tendo ainda ajudado um vizinho em uma mudança.
"Eu acredito que a inocência do Cristiano agora vai começar a aparecer, porque a fofoca foi o que pairou até agora na Comarca. Agora que será separado realmente o joio do trigo e a população vai saber com base em provas que não foi o Cristiano, que a prisão do Cristiano foi feita com base numa busca de resposta para a sociedade, que vai saber agora que o Cristiano não foi o autor dos homicídios", disse o advogado acrescentando ainda que as características do crime tem semelhança com as práticas de grupos de extermínio, onde as vítimas foram atingidas por disparos em pontos fatais, peito e cabeça.
Para a família das vítimas resta o protesto e a busca por respostas e justiça. "Nós somos reféns desse assassino. Até hoje temos medo de ficar em casa, à noite a gente sempre fecha tudo cedo e qualquer barulho assusta. Nós morremos com nossa mãe, nossa irmã e nosso sobrinho, mas quem ele mais queria que morresse ficou viva para fazer justiça". 
Cátia dos Santos esteve no fórum, mas passou mal quando o suspeito dos crimes chegou. Segundo a irmã ela ficou muito agitada temendo que o filho visse o pai ou vice e versa. Eles não se veem desde que o crime aconteceu. 
Cristiano Maurício de Castro retornou após o término da audiência para a Cadeia Pública de Campos, onde está a disposição da Justiça.


Fonte: DANIELA ABREU

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