quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

ENTIDADES SE REÚNEM PARA DISCUTIR SOBRE SALINIZAÇÃO EM SJB



Encontro aconteceu na Uenf e trouxe estudiosos e ambientalistas
 Carlos Grevi/Mauro de Souza/Vagner Basilio

Encontro aconteceu na Uenf e trouxe estudiosos e ambientalistas

A Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) Darcy Ribeiro, mais uma vez foi palco de discussão sobre uma das questões que vem deixando a população do município de São João da Barra, principalmente moradores e produtores rurais do 5º distrito, além de ambientalistas e estudiosos da área bastante preocupados: a salinização na região provocada pelas obras do Complexo Industrial Porto do Açu.
Nesta terça-feira (26/02) professores da Uenf; Universidade de São Paulo (USP); Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); representantes da OSX, do Grupo EBX, além do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) estiveram reunidos, a fim de, estabelecer um processo de estudos para aprimorar a base de conhecimento hidrogeológico da região onde as empresas constroem seus empreendimentos.
O encontro marcou o início dos trabalhos em grupo que terá como resultado o aprofundamento do conhecimento científico da região, trazendo uma ótica multidisciplinar para os estudos.
De acordo com o professor de Biologia do Laboratório de Ciências Ambientais da Uenf, Carlos Eduardo Rezende, a reunião nasceu de um encontro do Comitê de Bacias do Baixo Paraíba do Sul, e teve como objetivo estabelecer algumas diretrizes para abordar a questão relativa a salinização da região. Segundo adiantou o docente, agora os representantes estarão dando início ao mapeamento, que visa subsidiar uma série de ações futuras, ações estas, que serão primordiais para que os responsáveis fiquem informados sobre o que deve ser feito.
“Nós temos uma sugestão de pauta onde primeiro temos de apresentar os principais compartimentos que deverão ser acompanhados, e segundo reuniões sistemáticas para que possamos acompanhar a evolução dos resultados que serão obtidos por cada grupo que estará evolvido nesse projeto”, citou o docente enfatizando:
“O interesse da empresa em atacar o problema de frente é a melhor demonstração que situações como essa não ocorrerão no futuro. O grupo já se manifestou por várias vezes, inclusive publicamente participando de reuniões do Comitê de Bacia. Isso ai é uma demonstração inequívoca de que ele tem total interesse em fazer as coisas como devem de ser feitas”.
A empresa OSX teria recebido uma multa no valor de R$ 1,3 milhão por danos ambientais causados pelo processo de dragagem para a construção do Complexo Industrial Porto Açu, em São João da Barra, que provocou o aumento da salinidade das águas do Canal Quitingute.
Para o gerente de Saúde, Meio Ambiente e Segurança da OSX, Heraldo Albuquerque, “na verdade isso [salinidade] não é um problema, mas sim um evento que ocorreu e que foi previsto, no código do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) da empresa, não com esses impactos especificamente nessa localidade. Mas, imediatamente o grupo adotou e vem adotando várias ações que estão sendo tomadas no momento para tentar minimizar esses efeitos”.
O EIA Rima é o instrumento que dá a sociedade uma garantia mínima de que o empreendimento, além de trazer o esperado crescimento econômico, também não acabe trazendo impactos ambientais e a saúde da população. O relatório também é uma exigência judiciária, onde todo empreendimento tem de apresentar um estudo de impacto ambiental.
O gerente informou que especialistas nacionais e internacionais tem sido trazidos pela empresa, a fim de, se evitar qualquer tipo de dúvida. “Transparência completa como o grupo sempre teve, pois não existe compromisso com o erro”, afirmou.
Indagado sobre o inquérito instaurado pelo Ministério Público Federal (MPF) para verificar eventual salinização do canal do Quitingute, e uma suposta paralisação nas intervenções no local, Heraldo disse que não há interrupção. “O Ministério Público não se pronunciou com relação a interrupção do Porto, inclusive proativamente a própria empresa já interrompeu as atividades nos locais onde houve esse fato, inclusive comunicamos previamente ao próprio órgão ambiental responsável, o Inea. A obra continua regularmente sem problemas”, reforçou.
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KELLY MARIA

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