segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

TRÂNSITO DE CAMPOS PASSAR POR REFORMA

Trânsito em Campos vai passar por reformas para atender crescimento

Ururau/Arquivo
Número de veículos aumenta e qualidade do ar é monitorada
Número de veículos aumenta e qualidade do ar é monitorada
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A qualidade do ar em Campos é considerada boa, mas com o constante crescimento essa realidade pode ser modificada? O município conta com uma frota de 139.930 carros e motos e a expectativa é de que esse número aumente ainda mais. A equipe do Site Ururau ouviu especialistas que falaram sobre poluição, trânsito intenso e planejamento viário para os próximos anos.

Na região Norte do Estado, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) implantou três bases que monitoram o Índice de Qualidade do Ar (IQA). A cada seis dias é colhido um boletim atualizado, conforme frequência mínima de amostragem estabelecida na resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA 03/90). Esta resolução estabelece critérios e padrões para o controle da poluição causada por emissão de ruídos.

De acordo com o superintendente regional do Inea em Campos, Rene Justen, as três estações ficam em Campos, uma na área central, próximo a Rodoviária Roberto da Silveira, outra na base da concessionária de água próximo ao Hospital Ferreira Machado e a terceira no Destacamento de Policiamento Ostensivo  (DPO) do distrito de Goitacazes.

“As estações do centro e próximo ao HFM existem há mais de dez anos, já a de Goitacazes funciona há quase um. Através delas podemos fazer referências ao longo do tempo e com os relatórios ver como vai estar a qualidade do ar daqui a alguns anos, já que o município vive em fase de crescimento”, disse.

O superintendente explicou que no inverno a qualidade do ar sofre interferência por causa do clima seco. “Antigamente as usinas interferiam nessa mudança do ar, e na Ponte General Dutra o fluxo de veículos era nos dois sentidos. Mas mudanças aconteceram e através dos relatórios o Inea pode comparar se houve melhoria. Os dados colhidos são encaminhados para o Rio, e lá ficam prontos os relatórios. Se for diagnosticada alguma situação crítica, os resultados são encaminhados para os órgãos competentes”, comentou.

POLUIÇÃO DE VEÍCULOS
O pesquisador do Laboratório de Ciências Físicas da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Marcelo Sthel, estuda sobre a poluição causada por veículos e combustíveis há cerca de dez anos.

“Campos é uma planície, por isso existe uma dispersão dos gases poluentes. Apesar da cidade ter uma grande frota, não só de carros como também de caminhões e ônibus antigos. Os investimentos que estão se instalando na região vão fazer com que cresça o fluxo de veículos nos próximos anos. Futuramente será necessário instalar na cidade uma grande estação de monitoramento para acompanhar essa qualidade do ar 24 horas por dia. Além de mais fiscalização dos órgãos competentes”, ressaltou.

Segundo Sthel os veículos emitem vários poluentes. “Os veículos emitem monóxido de carbono, dióxido de carbono (conhecido como gás carbônico), dióxido de enxofre, óxido nítrico e metano. Nem todos são prejudiciais à saúde humana, mas o metano e o gás carbônico causam o aquecimento global, e existem outros que são mais nocivos e podem gerar chuva ácida”, explicou.

Para o pesquisador não existe combustível que não polua o meio ambiente. Todos os carros de combustão interna têm potencial poluidor.

“O Diesel é o que mais polui. O álcool é renovável, na queima ele emite gás carbônico, mas quando a cana cresce, ela absorve esse gás. Os carros elétricos ou movidos a hidrogênio não tem explosão de combustível interno e são mais ecológicos, países da Europa e dos Estados Unidos já tem um número expressivo desses modelos em suas frotas”, disse.

Uma sugestão do pesquisador seria a instalação de um transporte público de qualidade para atender a demanda do crescimento regional. “Campos tem estrutura para ter um trem de superfície, por ser tudo plano. Transporte público de qualidade representa menos carros nas ruas. A previsão é que o número de habitantes salte para um milhão nos próximos dez anos, então é preciso fazer um planejamento para evitar danos ao meio ambiente. Poluição é uma questão de saúde pública”, opinou.



PLANEJAMENTO
De acordo com dados do Departamento de Trânsito (Detran-RJ), de janeiro a outubro de 2011, a frota de carros em Campos era de 99.460. já o de motos 29.189, total de 128.649. No mesmo período deste ano o número de carros aumentou para 108.479 e o de motos 31.451, totalizando 139.930.

Em um ano são mais 11.281 carros e motos trafegando pelas ruas da cidade. Esses dados contam apenas os veículos de passeio. Os ônibus somam 1.415, microônibus 874, caminhonetes 7.098 e caminhões 6.899.


Mas o que está sendo planejado pela prefeitura para evitar que o trânsito fique pior na área central da cidade?

Segundo o diretor de engenharia de trânsito da Empresa Municipal de Transporte (Emut), Paulo Dias, o órgão tem conhecimento do aumento do fluxo nas ruas, em decorrência não apenas do crescimento da região. Para o engenheiro incentivos dados pelo governo federal para a compra de veículos, através da redução do Imposto sobre Produtos Indistrializados (IPI), ajudaram a aumentar a frota.

"A Emut vem trabalhando no sentido de garantir o deslocamento desses veículos. Além de obras de infraestrutura, o município também está investindo em melhorias no transporte público urbano. Já foram realizadas duas audiências públicas, que vão resultar nas melhorias deste tipo de serviço com a realização de um processo de licitação e, ainda, na modernização dos semáforos, que passarão a funcionar no sistema onda verde”, informou.

OBRAS
De acordo o coordenador de infraestrutura da Secretaria Municipal de Obras, César Romero, foram realizadas obras, assim como melhorias no transporte público urbano e na sinalização eletrônica. O coordenador aponta a construção de novas vias como a Avenida Arthur Bernardes e a Avenida José Carlos Pereira Pinto para melhorar o trânsito na área central.

"Em todas estas obras, também, estão sendo construídas ciclovias para melhor atender aos ciclistas de Campos e proporcionando conforto e segurança", disse.

Romero informou ainda que a duplicação da RJ-216, até o distrito de Goitacazes, trata-se de um projeto inovador em termos de mobilidade urbana.

“Nos últimos anos a rodovia apresentou um fluxo crescente de veículos de todos os tipos, inclusive, de passageiros e cargas. Na Baixada Campista, as estradas do Carmo, Carvão, Linha do Limão e São Bento receberam melhorias, já que fazem parte da rota para o Super Porto do Açu”, ressaltou.

O secretário de Obras, Edilson Peixoto, adiantou o projeto de uma nova avenida, que vai ajudar a desafogar o grande fluxo de veículos de carga na área central da cidade. Esses caminhões e carretas vão passar pelo município por causa do Super Porto do Açu e do Complexo Portuário Farol-Barra do Furado.

“O projeto está em planejamento e começará na rotatória da Avenida 28 de Marços, RJ-216, depois vai passar a pela Avenida Nossa Senhora do Carmo no Parque Aurora, sair na BR-101 próximo a localidade de Tapera e dali seguir até a RJ-158, que liga Campos a São Fidélis”, finalizou. 
Dorlany Del Esposti

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