quinta-feira, 22 de novembro de 2012

RECUPERAÇÃO DA USINA SAPUCAIA


Proposta da MPE para recuperação da Sapucaia aceita por maioria

Fotos: Mauro de Souza
Justiça tem 10 dias pós assembleia para homologar o plano
  
 
Justiça tem 10 dias pós assembleia para homologar o plano
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Em assembleia realizada na tarde desta quinta-feira (22/11), na sede da extinta Usina Sapucaia, em Campos, o Plano 15 de Fevereiro, oferecido por uma das empresas interessadas pela recuperação e aquisição da indústria, a MPE Participações em Agronegócios S.A., foi aprovado pela maioria dos presentes. A empresa foi a única, entre as três interessadas, a depositar o valor inicial [determinado por lei] de R$ 13 milhões para pagamento a vista dos funcionários. A justiça tem 10 dias, após a assembleia, para homologar o plano.

Cerca de três mil trabalhadores estão sem receber desde o fechamento da usina, há três anos.

Durante a reunião, três grupos de credores compostos pela classe trabalhista, quirografários (fornecedores), além daqueles com garantia real (bancos), votaram favoráveis a proposta da MPE.
Três empresas (Surubin Bill Energia, Grupo Brasen e MPE) estavam concorrendo para aquisição da Sapucaia. Mas, somente a MPE havia depositado o valor estipulado pela lei. Dessa forma, o desembargador Jorge Luiz Habib, teria cancelado a falência, já decretada, da usina, e estipulado um prazo até esta quarta-feira (21/11) para que as outras empresas interessadas pudessem efetuar o depósito para pagar os trabalhadores. Mas, até o prazo estipulado pela justiça, somente a MPE havia depositado.
De acordo com o presidente da Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro), Frederico Paes, nesta quinta, somente a proposta do grupo MPE pôde ser apreciada, proposta esta, que foi aceita por unanimidade por todos os trabalhadores presentes, tanto do sindicato dos trabalhadores, quanto dos advogados que os representam.
“A classe 1, que são dos trabalhadores, sindicato e seus representantes jurídicos, aprovou o plano por unanimidade. Já as classes 2 (credores de garantia real) e a 3 (fornecedores), aprovaram por maioria. Sendo assim, como determina a lei, as três classes aprovaram o proposta da MPE na aquisição do Parque Industrial da Usina Sapucaia”, explicou Frederico.
Ainda segundo o presidente, na mesma oportunidade foi anunciado pelo advogado da empresa MPE, Aloísio Salazar, que se for concretizado essa proposta, a Coagro irá fazer a operação da usina. Dessa forma, a Sapucaia deverá ser arrendada à Coagro para que as operações sejam realizadas na indústria.
“A nossa expectativa é de que a justiça homologue essa proposta o mais rápido possível para que a gente possa começar a reformar e a plantar cana na Sapucaia, gerando emprego e qualidade de vida novamente aqui”, acrescentou Frederico concluindo:  
“Dependemos agora só de questões jurídicas para ver se terá algum recurso, algum agravo das outras empresas. Mas, entendemos que para haver qualquer tipo de coisa, essas empresas teriam que ter depositado o valor inicial determinado por lei, para poderem recorrer de alguma forma. Mas, isso não foi feito”.
Trabalhando há 24 anos na Sapucaia, o ex funcionário da usina, Gilmar Gomes Machado, 49 anos, disse que o resultado não poderia ser melhor, aumentando assim, a esperança e o otimismo dos servidores rurais. “Nossa expectativa é muito grande, pois acreditamos que agora sim a Sapucaia vai retornar”.
ADVOGADO COMEMORA APROVAÇÃO DO PLANO E PARCERIA COM A COAGROPara o advogado da MPE, Aloísio Salazar, agora com a aprovação da proposta, tudo se caminha para uma nova fase, onde investimentos tanto na usina, para sua recuperação, quanto nas plantações de cana, pois segundo o advogado, a lavoura está em total abandono, poderão ser realizados.
“Esses trabalhos têm de ser iniciados imediatamente. Senão, será mais uma safra perdida. Pois a plantação não depende de nós, mas sim, de fatores naturais, que não podem ser controlados. Então você tem uma época que se não for feito o plantio, se perde toda a safra”, explicou.
Aloísio ainda disse que neste último ano e meio todos ficaram envolvidos em uma batalha judicial desgastante de agravos, recursos e apelações para recuperação da Sapucaia. E isso, afirmou ele, prejudicou a empresa, e principalmente, os empregados.
“No fundo ninguém ganha com uma briga. Nossa esperança é de que agora possamos caminhar na realidade de colocar nossas energias na recuperação da usina. E essa parceria com a Coagro nos deixa muito confortáveis, pois a mesma, é uma indústria já consolidada com mais de 10 anos no município. É nessa parceria que estamos apostando daqui pra frente”, comemorou o advogado.

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Kelly Maria

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