Rio -  Não houve tempo para loucura. Não houve tempo para uma virada épica. Não houve tempo para o improvável. O Fluminense depois de um hiato de sete anos é novamente Campeão Carioca. O último título havia sido em 2005. Curiosamente, Abel Braga é quem estava à frente do clube naquela ocasião. Não adianta procurar pela cidade os tons preto e branco. O Rio de Janeiro está pintado em três cores: verde, branco e grená.
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Neste domingo, apesar da vantagem adquirida no primeiro jogo (havia vencido por 4 a 1), a equipe das Laranjeiras arrancou mais uma vitória sobre o Botafogo: 1 a 0. Gol marcado por Rafael Moura. Foi desta forma que o Fluminense escreveu mais um capítulo na sua vitoriosa história. Somou o seu 31ª título Estadual — um a menos que o rival Flamengo. Mais um passo em direção à recuperação da hegemonia do futebol carioca.
Engenhão foi palco de mais um campeão estadual | Foto: Andre Mourão / Agência O Dia
Engenhão foi palco de mais um título do Fluminense | Foto: Andre Mourão / Agência O Dia
A casa alvinegra está cada vez mais familiarizada com as cores do Flu. Não resta dúvida que o Engenhão traz sorte ao clube. Assim como em 2010, na conquista do Campeonato Brasileiro, os tricolores puderam celebrar mais um título no local. É uma relação que parece não ter fim. O Fluminense é campeão! De novo! Mais uma festa dos Guerreiros!

Ao Botafogo, resta amargar mais um vice-campeonato. Os Alvinegros não vencem o Estadual desde 2010. Nos últimos seis anos, decidiu o título cinco vezes. Foi derrotado em quatro ocasiões.

Início avassalador

Engane-se quem achou que o Botafogo iria apenas formalizar o título do Fluminense. Decidiu vender caro a perda do título. A larga vantagem da equipe das Laranjeiras não foi capaz de produzir desânimo no Alvinegro. Nos primeiros minutos, o Glorioso tratou de incendiar o clima da finalíssima. O panorama não poderia ser diferente: precisava tirar uma vantagem de três gols de diferença.

A primeira chance do Botafogo caiu no pé do artilheiro do time. Não havia homem mais recomendado em campo. Depois de jogada entre Fellype Gabriel e Maicosuel, Loco Abreu recebeu belo passe dentro da área. O uruguaio chutou e esbarrou na bela defesa de Diego Cavalieri. Era o primeiro goleiro a aparecer com destaque na decisão do Estadual.

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O Tricolor decidiu dimensionar a partida nos contra-ataques. Era o plano tático para o clássico. Ao se lançar de forma contundente ao ataque, o Botafogo corria riscos. Não havia outra escolha.

Aos oito minutos, Anderson arrancou e encontrou Rafael Moura na frente do goleiro Jefferson. He-Man chutou e o arqueiro operou um milagre. Parecia um gigante que deixava a trave pequena para o camisa 10. Era os goleiros causando pesadelos aos atacantes na tarde chuvosa no Engenhão.
Engenhão foi palco de mais um campeão estadual | Foto: Andre Mourão / Agência O Dia
Substituto de Fred, Rafael Moura marcou o gol do título do Fluzão | Foto: Andre Mourão / Agência O Dia
Até a metade do primeiro tempo, o Glorioso esteve mais inclinado a abrir a contagem da final. Aos 30 minutos, Elkeson cobrou falta com perigo. Uma batida forte que causou susto em Diego Cavalieri. A bola passou no canto esquerdo da meta do Fluminense.

No fim do primeiro tempo, o Fluminense perdeu o seu articulador. Perdeu a sua grande referência nos últimos jogos. Deco com um problema na coxa direita deu lugar a campo para Wagner.

Ainda assim, a equipe de Abel Braga não perdeu o ímpeto ofensivo. Aos 43 minutos, chegou ao gol do Botafogo. Rafael Sobis, em cobrança de falta, quase surpreendeu Jefferson. Em chute de longe, a bola passou muito perto do travessão.

A confirmação do título

Na largada do segundo tempo, o Botafogo saiu em busca de uma virada épica. Sem Elkeson. E com Herrera. Foi a escolha de Oswaldo de Oliveira para os últimos 45 minutos da equipe na competição. Deu movimentação. O Alvinegro voltou de forma aguda nos primeiros minutos. E assustou.

Aos seis minutos, em cobrança de falta rápida, Loco Abreu deixou Márcio Azevedo livre para abrir o placar da final. O lateral-esquerdo acertou um chute com força que raspou à trave de Diego Cavalieri.

Não demorou para vir a resposta. O que se anunciava no primeiro tempo se confirmou na segunda etapa. Aos 17 minutos, o Fluminense conseguiu encaixar uma jogada para abrir o marcador na decisão. E desta forma jogou uma ducha de água fria nas pretensões do Glorioso.

Depois de tabela entre Carlinhos e Rafael Sobis, He-Man aproveitou cruzamento do lateral para colocar o Tricolor à frente do placar. Gol de artilheiro. O camisa 10 ainda teria de achar espaço no lance com Thiago Neves. Era o gol que deixava o Fluminense com uma vantagem imensa. Gol do título.

A entrada de Caio foi a última cartada do Botafogo. Entrou no lugar de Loco Abreu. Ainda assim, não foi possível produzir uma reação. A equipe de General Severiano acusou o golpe. Ainda restou tempo para expulsão de Maicosuel.

Ao Fluminense restava apenas gastar o tempo da decisão. Esperava apenas o ponteiro do relógio apontar os últimos minutos. A torcida fez sua parte nas arquibancandas. Não demorou para entoarem os cânticos famosos e o soltar o grito de campeão.