terça-feira, 20 de março de 2012

MPF de Campos pode pedir prisão de executivos da Chevron


Divulgação
Marinha sobrevoou o Campo de Frade na manhã desta terça

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Um inspetor da Marinha brasileira sobrevoou o Campo de Frade, na Bacia de Campos, na manhã desta terça-feira (20/03). A ação foi para tentar dimensionar a extensão da mancha de óleo decorrente de novos vazamentos de óleo na área. 
Nesta segunda-feira (19/03) a Chevron divulgou imagens do local onde acontece um novo vazamento, ele fica a cerca de três quilômetros do local do acidente de novembro do ano passado.
No vídeo, é possível ver as gotas que sobem do solo. Ainda não há estimativa da quantidade de óleo que está gotejando.
De acordo com a empresa, a maior parte das gotas de óleo está sendo capturada pelos equipamentos de contenção que estão instalados na área do vazamento. A Chevron informou ainda que as peças foram desenvolvidas especialmente para atender ao acidente.




O vazamento vem sendo analisado pelos especialistas da ANP, que criou um comitê formado por técnicos da petrolífera, operadora do campo, da Petrobras e da Frade Japão Petróleo Ltda, que detêm participação na concessão, que apresentarão estudos e informações complementares para subsidiar o completo entendimento do evento em questão. O Ministério de Minas e Energia atuará como observador do Comitê de Avaliação, que será coordenado pela ANP.
Até o momento, não há elementos que indiquem tendência de aumento do vazamento no Campo de Frade.
VAZAMENTO DE NOVEMBRO
O relatório da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) em Campos sobre o vazamento de 2,4 mil barris de óleo no Campo de Frade, em novembro, e o afloramento divulgado semana passada acusa a Chevron de ter utilizado uma pressão na perfuração do poço superior à tolerada de forma premeditada. O excesso de pressão é apontado como uma das causas do vazamento, que estaria "fora de controle". 
O MPF não descarta pedir à Justiça a prisão preventiva dos executivos da Chevron. O governo federal avalia prolongar a interrupção da exploração de petróleo no campo. 
"Eles assumiram um risco premeditado", disse o procurador da República Eduardo Santos, do MPF, que acusou a Chevron de "ter botado uma pressão maior que a suportada e ter cavado além do que foi autorizado". "O vazamento não é mais no poço, é na rocha reservadora, e não tem como ser controlado. Não se sabe a capacidade. É uma cratera no solo marinho", acrescentou o procurador, que pretende formalizar denúncia nesta quarta-feira (21/03), com base na lei de crimes ambientais (9.605). 

"O crime está em andamento, por isso eu não descarto (pedir) a prisão", afirmou. 
O procurador foi o autor do pedido de medida cautelar que resultou na proibição, determinada pela Justiça na noite de sexta-feira (16/03), de que 17 funcionários da Chevron e da Transocean, que operava a plataforma na Bacia de Campos, se ausentem do País até o julgamento da ação penal. 
O presidente da Chevron, George Raymond Buck III, está na lista. A Transocean informou apenas que "vem cooperando com as autoridades, mas continuará defendendo veementemente os seus colaboradores".
Ururau / Estado de São Paulo

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